quarta-feira, 26 de maio de 2010

Diário duma ressaca

Que Mundo é este, trocado, em que vivo
baralhado...
Onde a riqueza é a fraqueza
da mente pobre e avarenta
E o poder está com os (rotulados) drogados
que dançam a meu lado
de pés descalços e cabelos despenteados.

Onde o fato e gravata traz hipocrisia,
e os que são olhados de esguelha,
são os que têm a sabedoria.
São os que sabem que,
sem estados alterados de consciência,
não seriam o que são
nem sabiam o que seriam!

Que Mundo é este tão lamacento
tão imundo, sujo e cinzento
onde não há alegria...
Essa foi-se e ficou a melancolia,
deixando o pensamento:
-"Se tivesse uma faca, sabia o que fazia!"
Ai corpo, tanto mal eu te faria
se de cada corte, jorrasse o sangue,
que me traria de volta a alegria e euforia...

Este é o meu Mundo imaginário
e tudo aqui está ao contrário.
Perco o Norte e o sentido
Não ouço nada nem dou ouvidos
a quem só quer o meu Bem.
Neste Mundo eu sou um fraco
cada momento é um tormento
meu Lema é "Foda-se, não aguento!"
por isso, volto a abrir o saco.

É o meu Mundo da fase de rescaldo.
Foi de traço!
Odeio sopa, mas desprezo ainda mais um caldo
encharquei-me de cocaína
e agora, choro, esperneio e berro:
-"Cérebro dá-me mais serotonina!"
Pois sem ti não me aguento
não vejo cor e nem sequer tento,
não tenho vontade.
Privo-me de liberdade...
Salva-me agarrar-me à verdade,
de saber que é uma fase,
e amanhã já passou,
vejo isto como um simples entrave.
E é esse o mal, pois volto a repetir
volto a encharcar-me para depois pedir
como se o meu cérebro
me fosse ouvir...

Deixo aqui o meu legado,
não para ser absorvido com agrado,
mas em tom de aviso, por isso cuidado!

"As drogas só são más porque são boas demais."


Pendragon